Lula reage as ameaças de Trump em rede nacional: "Não é um gringo que manda aqui"
Ana Souza / Redação RedeTV!Presidente chama carta de 'chantagem', defende o Judiciário e dispara contra políticos brasileiros que apoiam EUA: “traidores da pátria”
(Foto: Ricardo Stuckert)
Em pronunciamento em rede nacional nesta quinta-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como “chantagem inaceitável” a carta enviada por Donald Trump que anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
Lula afirmou que o Brasil havia realizado mais de dez reuniões com o governo dos Estados Unidos e que, mesmo tendo encaminhado resposta formal em 16 de maio, não obteve retorno. Segundo ele, o que veio foi “uma chantagem inaceitável, em forma de ameaças às instituições brasileiras, e com informações falsas sobre o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos”.
O presidente defendeu a independência do Judiciário brasileiro, citando os princípios do devido processo legal, contraditório e presunção de inocência. Lula afirmou que qualquer tentativa de interferência externa no sistema de Justiça do país representa “um grave atentado à soberania nacional”. Ele também rebateu declarações de Trump que, em carta enviada anteriormente a Lula, alegava — sem apresentar provas — que a tarifa foi motivada por “ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres” e violações à liberdade de expressão de norte-americanos. Lula respondeu: “Não é um gringo que vai dar ordem a este presidente da República”.
Ainda durante o pronunciamento, Lula criticou políticos brasileiros que apoiaram as medidas anunciadas por Trump. Sem citar nomes, chamou esses apoios de traição: “Minha indignação é ainda maior por saber que esse ataque ao Brasil tem o apoio de alguns políticos brasileiros. São verdadeiros traidores da pátria”.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente vive nos EUA e é visto como articulador com o governo Trump, tem defendido publicamente o tarifaço. Ele é alvo de um inquérito da Polícia Federal sobre suas atividades no país norte-americano. Lula também mencionou os recentes ataques ao sistema de pagamentos Pix, afirmando que o Brasil não aceitará ingerência sobre uma ferramenta que considera “patrimônio do povo brasileiro”.
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