Defesa de ex-detenta questiona a narrativa da série que a colocaria no local do óbito e solicita remoção imediata da produção

(Foto: Reprodução/Record)

A ex-detenta Sandra Regina Ruiz Gomes, conhecida como Sandrão, abriu um processo contra a Amazon nesta segunda-feira (17) devido a série “Tremembé”, lançada no dia 31 de outubro. De acordo com a coluna de Gabriel Vaquer do F5, ela pede R$ 3 milhões por danos morais, uso indevido de imagem e excessos na liberdade de expressão, além da remoção da produção da plataforma.

O ponto central do processo, conforme o advogado de Sandra, reside no questionamento sobre o limite da informação visando o lucro. O representante legal da ex-detenta afirma que a série, ao se declarar “baseada em fatos reais”, distorce a verdade processual.

A defesa também contesta veementemente a narrativa apresentada na produção que supostamente indica que Sandra Regina estaria no local do óbito do jovem e que teria determinado a execução do disparo. “A pergunta que trago no processo é a seguinte: para obtenção de lucro ou vantagens, qual é o limite da informação? Quando a série diz ser baseada em fatos reais, de onde surgiu aquela narrativa de que Sandra estava no local do óbito do jovem e que ela determinou quem faria o disparo?”, declarou o advogado ao Estadão.

Além disso, no documento mostra que a discrepância factual justifica o pedido de indenização e a retirada da série. O advogado sustenta que a participação de Sandrão no crime foi apenas "ao uso do telefone". Ele lembra que a pena de 27 anos foi reduzida para 24 após revisão criminal e que os demais envolvidos “eram réus confessos”. Ainda segundo ele, o objetivo da revisão foi "Comprovar a sua participação [no crime]. Então, Sandra apenas ligou para a família da vítima. Ela foi condenada com o máximo rigor da lei, mas sua participação se resumiu ao uso do telefone”.