Haonê Thinar enfrentou tratamento de câncer aos 9 anos

(Foto:Reprodução/Instagram)

Haonê Thinar, estreia como Pam na novela 'Dona de Mim', após 16 anos de carreira no teatro. A atriz, que amputou a perna direita aos 9 anos devido a um osteossarcoma, contou em entrevista ao Extra que sua deficiência dificultou o acesso a oportunidades, mas não a fez desistir da profissão.

Longe das câmeras, Haonê se dedica aos filhos Felipe Gabriel, de 6 anos, e Lavínia, de 8 meses, fruto do casamento com o grafiteiro Bizzar.

A atriz explicou que precisou organizar a vida familiar para aceitar a proposta da novela. “Deixei de morar com os meus pais no ano passado. Eu já estava namorando o meu marido, engravidei, e a gente foi morar junto. Recebi a proposta de fazer a novela, mas não queria ficar um ano sozinha no Rio, então vieram todos. A única dificuldade que eu tenho com os meus filhos, por conta da deficiência, é não carregar no colo. Como ando de muleta, as minhas duas mãos estão sempre ocupadas”, disse.

Nascida em São Paulo, Haonê morou no conjunto habitacional Teotônio Vilela, na Zona Leste, e mudou-se aos 14 anos para o Jardim Peri, na Zona Norte, onde ainda vive. Ela destacou a importância do apoio familiar durante sua trajetória.

“Meu pai sempre foi presente, mas teve muito problema com alcoolismo. Sempre tivemos um relacionamento difícil. Já com a minha mãe (Sandra) foi boa. Ela sempre esteve do meu lado.”, revelou.

Ela também relatou o momento em que decidiu pela amputação da perna direita durante o tratamento do câncer. “Eu que decidi pela amputação. Minha mãe sempre me explicou todos os passos do tratamento, aí falei: ‘Se for para eu melhorar e não acontecer algo pior, prefiro amputar’. Parece que o meu espírito já estava muito preparado para o que eu ia passar. Levei a doença de boa. Quando tinha que fazer quimioterapia, me fantasiava de bailarina, passava glitter na careca. Para mim, era uma eterna brincadeira."

Sobre a adaptação e autoestima após a amputação, Thinar afirmou que não enfrentou depressão e que seu problema com autoestima se manifestou apenas na volta às aulas

“Nos primeiros 20 minutos, chorei, mas passou rápido e lembrei que tinha sido uma escolha minha. Convivo muito bem com isso. Não tive depressão. Meu problema com a autoestima rolou na volta às aulas. Mas, depois, passei a ser vaidosa, sempre saí e me relacionei muito bem com as pessoas”, completo.

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