31/07/2025 20:09:00 - Atualizado em 31/07/2025 20:10:00

Dia do Orgasmo: o que está por trás (e na frente) desse prazer celebrado em 31 de julho

Caio Fonseca/Redação Rede TV!

Prazer, mitos e saúde íntima: a data propõe uma conversa sem tabu sobre o orgasmo

(Foto: Pixabay)

O Dia do Orgasmo, celebrado em 31 de julho, é uma oportunidade para falar sem tabus sobre saúde, autoconhecimento e bem-estar. Embora o ápice do prazer sexual ainda seja cercado de mitos e silêncios, especialmente quando se trata do prazer feminino, a data reacende o debate sobre como (e por que) ainda precisamos discutir o orgasmo. Afinal, o que está por trás, e na frente, desse momento tão intenso?

Mas, antes disso: por que a data é comemorada em 31 de julho? A resposta está em uma campanha criada em 1999 por uma sex shop britânica, com o objetivo de promover o debate sobre o prazer sexual, a saúde íntima e combater tabus relacionados ao tema. A ideia era chamar a atenção para a importância do orgasmo como parte do bem-estar físico e mental, especialmente entre as mulheres que, historicamente, enfrentam mais barreiras para atingir o clímax sexual, seja por desinformação, repressão ou desigualdade nas relações íntimas.

Com o passar do tempo, a data ganhou visibilidade em diversos países e passou a ser usada também por profissionais da saúde, terapeutas e educadores sexuais como ferramenta de informação e conscientização sobre temas como disfunções sexuais, autoconhecimento, prazer sem culpa e igualdade sexual.

Apesar de não ser uma data oficial, o Dia do Orgasmo tem conquistado cada vez mais espaço no calendário das redes sociais, na mídia e nos consultórios, servindo como um convite para falar sobre algo que, até hoje, ainda é envolto em silêncio. A proposta é abrir espaço para uma discussão franca, sem julgamentos ou preconceitos, que ajude a entender o prazer como parte essencial da saúde e do bem-estar.

Pensando nisso, o portal da RedeTV! conversou com o sexólogo e biomédico Dr. Vitor Mello, a fim de desmistificar os tabus que ainda cercam o orgasmo, abordar as diferenças entre o orgasmo físico e o emocional e discutir se o prazer virou uma obrigação.

Um dos pontos destacados por ele é justamente a origem dos principais estigmas que ainda cercam o orgasmo, especialmente no que diz respeito à vivência do prazer pelas mulheres. Segundo Mello, muitos tabus relacionados ao prazer na cama são fruto de uma “questão cultural”, fortemente influenciada por dogmas religiosos.

“Então isso acaba se refletindo, principalmente, na questão do orgasmo feminino. Durante muito tempo, e ainda temos resquícios disso, a mulher era vista como um objeto, uma propriedade do homem. O prazer, então, era proibido, porque a única função da mulher era servir esse homem no lar, seja nos serviços domésticos, seja na questão de gerar filhos. Por isso, o tema ainda é um tabu, hoje bem menos, mas muito por conta dessas questões culturais atreladas à religiosidade”, explicou o sexólogo.

Isso também impacta na forma como são percebidas as diferenças entre o orgasmo físico e o emocional, e se é realmente possível ter um sem o outro.

Orgasmo físico e orgasmo emocional

A conversa também abordou um aspecto importante: a diferença entre o orgasmo físico e o emocional, e como cada um deles pode impactar a vivência plena da sexualidade.

“Em que ocorre o orgasmo na mulher, a ejaculação no homem… é uma questão do corpo. Já o orgasmo emocional acontece quando existe um vínculo afetivo entre as partes, e isso torna o orgasmo físico muito mais intenso. E sim, é possível ter um sem o outro”, pontuou o Dr.

“Na masturbação, por exemplo, tanto no homem quanto na mulher, pode acontecer o orgasmo físico, sem envolvimento emocional. Também pode acontecer o contrário: quando há um vínculo emocional forte, uma proximidade física e emocional, mas que não culmina em um orgasmo físico, até por questões fisiológicas ou mesmo patológicas”, acrescentou o especialista.

O prazer virou obrigação?

Além disso, surge outra dúvida recorrente: a busca pelo prazer virou uma obrigação? Segundo Vitor Mello, quando o orgasmo se torna uma meta e não uma consequência, isso pode atrapalhar.

“A pessoa está focada no ‘produto final’, quando na verdade existe todo um caminho até o clímax. Se o foco está só no orgasmo, ele pode até ficar mais difícil de acontecer, principalmente se houver questões emocionais ou fisiológicas envolvidas. O importante é pensar nesse caminho, na conexão, seja ela emocional, física ou ambas, e deixar que o orgasmo venha como consequência”, apontou ele.

Três mitos: fique atento!

Mito 1: O orgasmo só acontece se houver produção de secreção

* No homem, essa secreção é a ejaculação com esperma;

* Na mulher, acredita-se que deveria haver algo semelhante.

Mito 2: O squirting (líquido expelido pela mulher em conteúdos eróticos) é falso

* Na verdade, ele pode ocorrer;

* Trata-se de uma hiperprodução de secreção pelas glândulas de Skene.

Mito 3: A mulher não ejacula

* Mulheres também produzem secreções pelas glândulas de Skene;

* Essa secreção lubrifica a região;

* Pode ser liberada durante o orgasmo.

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