Defesa de Heleno afirma que general se afastou de Bolsonaro e cita reportagens como prova
Caio Fonseca/Redação RedeTV!Advogados usam matérias jornalísticas para reforçar a narrativa de distanciamento do ex-presidente
(Foto: TV Justiça)
Em sua defesa no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado, o general Augusto Heleno apresentou documentos em que alega ter se afastado do ex-presidente Jair Bolsonaro e nega ter participado de reuniões sobre o tema. A defesa, enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), inclui reportagens jornalísticas como prova desse distanciamento.
Heleno, que foi ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante todo o governo Bolsonaro, é um dos investigados na Operação Tempus Veritatis. O inquérito busca desvendar a atuação de uma suposta organização criminosa que teria tentado manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022, impedindo a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os advogados do general sustentam que ele não esteve presente nas reuniões centrais ligadas aos planos golpistas. Além disso, anexaram ao processo reportagens de veículos de grande circulação que, segundo a defesa, comprovam a ausência do militar em eventos públicos ao lado de Bolsonaro desde o fim do mandato.
A tese de um afastamento entre Heleno e Bolsonaro já circulava nos bastidores da política, mas a menção a reportagens na defesa reforça essa narrativa. A estratégia dos advogados é tentar desvincular o general das ações investigadas e demonstrar que ele não integrava o grupo de lideranças que teria buscado subverter a ordem democrática.
“O general Heleno foi uma figura política importante, tanto para a eleição quanto para o governo. Mas este afastamento é comprovado. Este afastamento da cúpula decisória. E por mais que o Ministério Público fale: ‘Ah, mas o afastamento não foi completo’. Mas é óbvio, se fosse completo, ele teria saído do governo”, explicou Milanez.
Vale lembrar que Heleno permaneceu como ministro-chefe do GSI durante todo o governo Bolsonaro (2019-2022).
Núcleo crucial
O núcleo 1, considerado o mais relevante no processo, é formado por:
• Alexandre Ramagem – deputado federal e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
• Almir Garnier Santos – almirante e ex-comandante da Marinha;
• Anderson Torres – ex-ministro da Justiça;
• Augusto Heleno – general da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
• Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
• Mauro Cid – tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso;
• Paulo Sérgio Nogueira – general e ex-ministro da Defesa;
• Walter Braga Netto – general da reserva e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa.
Datas e horários do julgamento
• 2/9 (terça-feira): 9h às 12h / 14h às 19h
• 3/9 (quarta-feira): 9h às 12h
• 9/9 (terça-feira): 9h às 12h / 14h às 19h
• 10/9 (quarta-feira): 9h às 12h
• 12/9 (sexta-feira): 9h às 12h / 14h às 19h
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