Por que o gosto da cerveja mudou nos últimos anos? Entenda o impacto dos ingredientes
Redação RedeTV!Pesquisa revela os fatores que têm afetado o sabor da bebida em todo o mundo
(Foto: jcomp/Freepik)
A cerveja, uma das bebidas mais apreciadas pelos brasileiros, tem apresentado mudanças perceptíveis em seu sabor nos últimos anos. Essas alterações estão diretamente ligadas às mudanças climáticas, que impactam a produção dos ingredientes essenciais da bebida.
O lúpulo, responsável pelo amargor e aroma característicos da cerveja, tem enfrentado desafios cada vez maiores. De acordo com uma pesquisa publicada pela BBC News, desde a década de 1970, a produção de lúpulos nobres em regiões europeias caiu cerca de 20%.
Projeções indicam que, até 2050, a concentração de ácidos alfa, compostos que determinam o amargor da cerveja, pode diminuir em até 31%.
Países como Alemanha e República Tcheca, tradicionais produtores de lúpulo, já observam antecipações de até 20 dias no ciclo de cultivo devido ao aumento das temperaturas e à escassez de chuvas. Essas condições tornam as plantações mais vulneráveis a pragas e comprometem a qualidade do lúpulo.
Desafios na produção de cevada
A cevada, outro ingrediente vital na produção de cerveja, também sofre com as adversidades climáticas. Secas prolongadas e eventos climáticos extremos têm prejudicado as colheitas, diminuindo a disponibilidade da matéria-prima e elevando seus custos.
Além disso, variações de temperatura durante o processo de malteação afetam diretamente o sabor final da bebida.
Adaptações na indústria cervejeira
Para mitigar esses impactos, os produtores estão investindo em novas técnicas agrícolas e no desenvolvimento de variedades de lúpulo e cevada mais resistentes às mudanças climáticas.
Cervejarias artesanais, por exemplo, têm experimentado combinações de diferentes tipos de lúpulo para equilibrar o sabor e reduzir as variações causadas pelo clima. Já as grandes cervejarias enfrentam o desafio de adaptar receitas tradicionais sem comprometer a identidade de seus produtos.
Soluções como irrigação por gotejamento e a realocação de plantações para áreas com maior disponibilidade hídrica estão sendo consideradas, embora envolvam custos elevados e nem sempre sejam viáveis.
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