08/05/2025 20:20:00

Jovem de 15 anos é internada após sofrer ataques racistas e homofóbicos em colégio particular

Pedro Brum/Redação RedeTV!

Estudante foi encontrada desacordada após série de agressões verbais e psicológicas

(Foto: Freepik)

Uma estudante de 15 anos, do 9º ano e bolsista integral do Colégio Presbiteriano Mackenzie, em Higienópolis, na cidade de São Paulo, foi internada após ser vítima de bullying, racismo e homofobia por parte de colegas de escola.

Em entrevista ao Terra, a advogada da família, Réa Sylvia Batista, contou que os ataques começaram no ano passado, quando a jovem ingressou na instituição com bolsa integral, acompanhada de seus dois irmãos. Desde então, ela vem sofrendo discriminação racial e agressões verbais relacionadas à sua sexualidade.

“A mãe da aluna já havia encaminhado dois e-mails para a instituição, informando que a filha estava sendo vítima de bullying e racismo. A coordenadora Lucy Chaves ouviu as declarações da mãe, a chamou pessoalmente na escola, mas não tomou nenhuma providência”, afirmou a advogada.

Segundo Réa, no dia do aniversário da adolescente, no final de abril, a coordenadora entrou na sala de aula e, diante dos colegas, disse à estudante para “não ficar com esse mimimi”, negando que ela estivesse sendo alvo de bullying ou racismo. Ainda segundo a advogada, a funcionária teria sugerido que a aluna deveria se sentir grata por estudar em uma escola de prestígio sem pagar por isso. No caso da homofobia, os colegas a chamavam de “preta lésbica”, devido à ausência de um namorado.

“O estado psicológico dela foi se agravando. A questão da homofobia é pela ausência de namorado, porque os colegas chamavam ela de ‘preta lésbica’”, disse a advogada.

No último dia 29 de abril, a estudante foi encontrada desacordada no banheiro da escola por uma colega. Ela foi imediatamente levada à Santa Casa de Misericórdia e, posteriormente, transferida para um hospital público. Nesta quarta-feira (7), já internada, a jovem tentou tirar a própria vida.

Embora a Secretaria de Segurança Pública (SSP) ainda não tenha registrado oficialmente o caso, a Polícia Civil abriu investigação e vai periciar o celular da adolescente. Em resposta ao portal Terra, o Colégio Mackenzie afirmou que está conduzindo uma apuração cuidadosa, mas que ainda não é possível determinar as causas do episódio.

NOTA DO COLÉGIO:

“No dia 29 de abril, uma aluna do 9º ano do Colégio Presbiteriano Mackenzie Higienópolis foi encontrada no banheiro da escola precisando de auxílio. Imediatamente, ela recebeu atendimento do bombeiro civil e da médica pediatra do colégio, sendo prontamente encaminhada à Santa Casa, em ambulância própria da escola, acompanhada pela coordenadora pedagógica e pela pediatra.”

“A direção e a coordenação acolheram a mãe presencialmente minutos após o ocorrido e, nos dias seguintes, seguiram acompanhando a situação de perto. A equipe de orientação educacional e a psicóloga escolar — que já acompanhavam a aluna e sua família — seguem prestando suporte com cuidado, escuta e responsabilidade. Assim, o contato e o apoio à família têm sido contínuos.”

“Sabemos que situações como essa mobilizam dúvidas e preocupações. Por isso, é importante reforçar que, até o momento, não é possível afirmar quais foram as causas do episódio. Trata-se de uma adolescente que conta com todo o respeito, dignidade e consideração por parte do Colégio — assim como todos os nossos alunos.”

“O Mackenzie está apurando cuidadosamente as circunstâncias do ocorrido, com seriedade e zelo, ouvindo todos os envolvidos no tempo e nas condições adequadas, inclusive a aluna, assim que estiver pronta para se manifestar no ambiente pedagógico.”

“Seguimos comprometidos com o bem-estar dos nossos alunos e com a construção de um ambiente escolar acolhedor, seguro e respeitoso para todos.”

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