Secretário não descarta hipóteses em tiroteio em agenda de Tarcísio
Publicada:17/10/2022 18:09:00
Agência Brasil
Polícia diz que é prematuro falar em atentado
(Foto: Reprodução)
O secretário de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), João Camilo Pires, disse nesta segunda-feira (17) que a polícia investiga todas as hipóteses sobre o tiroteio que aconteceu nesta manhã, por volta das 11h40, na comunidade de Paraisópolis, na capital paulista, e que fez o candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) ter que suspender sua agenda na região. Em entrevista coletiva concedida na tarde de hoje, na sede do órgão, o secretário disse que nenhuma hipótese será descartada, mas que considera prematuro falar que ocorreu um atentado.
“É prematuro dizer isso”, falou ele. “Nenhuma hipótese é dispensada, contudo, com os dados que nós temos até agora, eu não considero esse fato indo de encontro ao que o próprio candidato comentou [de ter sido um atentado]. Talvez ruído com a presença policial [para proteger o candidato], talvez intimidação, mas vamos aprofundando isso”, disse ele.
“Houve sim um ruído por causa da presença policial naquela área, de tal modo que o tiroteio ocorreu mais ou menos entre 50 ou 100 metros de onde estava a equipe do candidato. Logicamente que isso assusta, assusta todo mundo e as providências a serem tomadas foram as corretas, que foi a interrupção do evento e a retirada da equipe para preservar a segurança de todos”, falou o secretário.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram a equipe do candidato, jornalistas e fotógrafos precisando se proteger no chão de um prédio, enquanto é ouvido muitos estampidos de tiros. De acordo com o secretário, agora a polícia vai investigar onde o tiroteio ocorreu, a que distância e qual foi a motivação para que ele ocorresse.
Por enquanto a informação é de que um grupo com cerca de oito pessoas armadas, duas delas com armas longas, como costumam ser identificados fuzis e outras armas do tipo, teria entrado na comunidade e encontrado policiais. Uma van escolar, que estava na linha de tiro, foi atingida por disparos. Não houve feridos.
Em suas redes sociais, o candidato Tarcísio de Freitas escreveu que ele e sua equipe estavam bem. “Nossa equipe de segurança foi reforçada rapidamente com atuação brilhante da Polícia Militar do estado de São Paulo”, escreveu o candidato.
O secretário confirmou que uma pessoa foi baleada durante o tiroteio e morreu. Segundo ele, essa pessoa tinha uma passagem pela polícia por roubo. “As circunstâncias do óbito serão objeto de investigação”, falou ele.
Em suas redes sociais, o líder comunitário de Paraisópolis e presidente do G10 Favelas, Gilson Rodrigues, lamentou o ocorrido. Ele informou que está em Salvador (BA) nesta semana e que não tinha conhecimento sobre agenda de candidatos hoje na comunidade de Paraisópolis.
"É importante ressaltar, contudo, que nenhum representante do G10 Favelas ou da União de Moradores e do Comércio de Paraisópolis - entidade que representa a comunidade, tinha conhecimento de qualquer agenda de candidatos na comunidade nesta data. Tampouco foi feito nenhum tipo de convite a nenhum dos nomes que concorrem a cargos eletivos neste pleito", escreveu ele.
"Paraisópolis tem tradição em receber políticos, autoridades, artistas e personalidades, sendo reconhecida como uma comunidade pacífica e organizada", acrescentou Gilson.
Repercussão
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta tarde, no Palácio do Alvorada, que já tinha conhecimento do tiroteio, mas que era prematuro falar sobre o assunto. Bolsonaro sugeriu ao candidato do Republicanos que reforce sua segurança. “O Tarcísio pode requerer aos órgãos competentes a segurança. Eu tenho conversado com ele sobre isso. Esse evento de hoje, sendo ou não contra ele, é um sinal que ele deve se preocupar mais ainda com a sua segurança”, afirmou o presidente.
Em nota, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, disse que conversou com a equipe de Tarcísio e que foi informado de que estão todos bem. “A Polícia Militar agiu rápido e garantiu a segurança de todos. Determinei a imediata investigação do ocorrido”, falou.
O candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad, se manifestou sobre o ocorrido. "Eu repudio toda e qualquer forma de violência. Isso vale para 2018, 2020, 2022. Sempre trabalhei no campo da dignidade da política, da contribuição com propostas, é assim que eu tenho me portado desde que entrei na vida pública”, disse.